sábado, 9 de janeiro de 2010

Natal - Litoral Sul de buggy

O passeio pelo litoral sul começa com a visita ao maior cajueiro do mundo, em Pirangi. Vale a pena parar para conhecer “a plantinha”. Com 8.500 m2 de copa, o cajueiro visto de cima parece um colchão de folhagem. Lindo e majestoso, não há nada comparável em nenhum outro lugar do planeta.

O cajueiro é tão grande que ele não cabe na foto!

Seguindo em frente, uma pausa para apreciar Barra de Tabatinga e seus moradores simpáticos: os golfinhos.

Vista do mirante de Tabatinga

Mais um pouquinho, e chegamos na Lagoa de Arituba. Para quem é morador do Rio, que nem eu, e está acostumado só com praia (ou com lagoa poluída), as lagoas desta região são uma bela surpresa. Águas transparentes, nada de onda, peixinhos em volta. As crianças brincam despreocupadas. E os pais? Bom, estes só se preocupam com a cervejinha...

Lagoa de Arituba e o sorvetinho Caicó

Eu sei, a lagoa é uma delícia, não dá vontade de sair, mas vamos lá. Ainda tem muito passeio pela frente. Está na hora de atravessar a Lagoa de Guaraíras e seguir para Pipa. É neste momento que podemos abandonar o adjetivo “bonito”, e começar a usar o “espetacular”. Enquanto o buggy atravessa em cima da balsa, compre uma cerveja, abrace alguém especial, e sinta o mundo sorrir para você.

Chegando na balsa... É para aquela faixa de areia lá no outro lado que vamos.

É estacionar, pedir uma cervejinha, e relaxar...

Na minha opinião, o litoral sul consegue ser ainda mais bonito que o norte. As falésias, a terra cor de saibro, o mar azul turquesa... Tudo se mistura em uma harmonia tão perfeita que os olhos custam a acreditar em tanta beleza.


Pipa faz jus a sua fama. A praia é pequenininha, mas é uma gracinha. Os corais seguram a maré lá fora, transformando o lugar numa grande piscina de água cristalina, decorada com pedras espalhadas por toda a extensão. Ao fundo, alguns barquinhos, as falésias, e praias completamente desertas.

Lugarzinho chato para bater uma bolinha... não acham? (rs)

Din-Din Energético - vai um aí?

Dá para ficar a tarde toda em pipa. Aliás, dá para ficar alguns dias inteiros por lá. Mas se você estiver passeando de buggy que nem eu, sugiro ficar um pouco menos em Pipa e extender o passeio até Barra do Cunhaú. Não que Barra do Cunhaú seja mais bonita que Pipa. Mas o caminho de Pipa para Barra do Cunhaú é simplesmente surreal. Por cima das falésias, o buggy vai margeando a queda, e o caminho vira um misto de adrenalina e contemplação: um deleite para os olhos e para a alma.

Para chegar em Barra do Cunhaú, também tem que pegar balsa!

Esta é a vista da balsa, com o bar do Tonho à direita

Partindo de Barra do Cunhaú, direção sul, o lugar vira um paraíso para os surfistas de kite e wind.

Se você gosta de caranguejo, não deixe de ir ao bar do Tonho, na entrada de Barra do Cunhaú. Dentre os lugares que servem o famoso Goiamum (um caranguejo geralmente maior e de cor azulada), este é o bar mais famoso. Nós demos azar, chegamos lá e o Goiamum já tinha acabado. Se isto acontecer contigo também, não desista do bichinho. Vá no restaurante Bela Vista, que realmente tem uma vista linda, e não costuma ter o movimento que o Bar do Tonho tem. Os caranguejos “esperam” vivos, então é só escolher a quantidade e aguardar alguns minutinhos, que logo logo eles chegam quentinhos e deliciosos à mesa.


O dia está terminando, e é hora de voltar. Se der tempo, peça para o bugueiro acertar o momento da travessia da balsa com o momento do pôr do sol. Essa era uma surpresa que Geraldo (o nosso capitão do segundo dia, lembram dele?) ia nos preparar. Ia? Pois é, ficamos comendo caranguejo e o tempo passou rápido demais. Como diz o próprio Geraldo, o sol lá não se põe não, ele desaba.

Você acha que acabou? Bom... é uma pena que eu não tenha fotos do que eu vou lhes contar, porque a bateria da máquina acabou (porque isso sempre acontece???). Estávamos voltando por trás das dunas, em uma escuridão total, apenas os faróis do buggy iluminando aquele mar de areia na nossa frente, quando de repente Geraldo reduz a velocidade e fica apreensivo:

- O que foi Geraldo? – Eu perguntei.
- Tá acontecendo alguma coisa ali.
- O que?
- Acho que tem gente atolada.

Não deu outra. A experiência de Geraldo acertou em cheio. Quando chegamos mais perto, pudemos visualizar a situação trágica. Não era um, dois, nem três carros atolados, mas um monte deles, todos 4x4, todos enormes! Ninguém conseguiu passar. Nem pela praia, nem pela duna. E nós? Bom, nós estávamos no nosso buguinho. E agora? Bom, mesmo depois de assistirmos a uma tentativa frustrada de uma Land Rover, que tentou passar por um caminho mais elevado e inclinado, e por pouco não tombou, Geraldo tomou coragem, tomou distância e pisou fundo no acelerador. Pisou e ficou. Atolamos também. E foi nessa hora que Geraldo, com seus 20 anos de experiência como bugueiro, virou o São Geraldo. Ele pediu ajuda para um dos motoristas atolados, e foi um tal de empurra o pneu pra lá, agora empurra pra cá, agora empurra o buggy pro mar (isso mesmo, para o mar!), e quase dentro da onda, a roda fez tração e lá fomos nós, aos trancos e barrancos, o buggy sambando que nem passista de escola de samba, até que Geraldo conseguiu controlar o carrinho e pudemos respirar aliviados. Ufa! Olhamos para trás, nos entreolhamos, e claro, caímos na gargalhada. É, nosso buguinho foi, e todos aqueles carros super poderosos ficaram. Graças a Deus, e graças a São Geraldo!

Natal - Litoral Norte de buggy

Veja os outros posts desta viagem:
- Natal e Fernando de Noronha – Aquecendo as turbinas...
- Natal – Onde se encostar
- Natal – Para os gulosos

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