quinta-feira, 21 de julho de 2011

O Clube do Filme - David Gilmour

Você, que não tem filhos, já parou para pensar o quanto deve ser duro educá-los? Vejo alguns amigos meus com filhos e, ao mesmo tempo em que acho tudo lindo e maravilhoso, também penso: “Meu Deus, que responsabilidade enoooorme!”. Aquele pequeno ser humano que hoje é apenas um “pingo de gente”, como minha mãe diz, amanhã será um adulto, com seus próprios valores e princípios. E aí eu me pergunto: “Será que existe uma forma certa de educar? Alguma fórmula mágica? Algum manual de instruções?”. E a resposta é óbvia e desoladora: “Claro que não”.

Porque estou falando sobre isso? Por que é exatamente sobre isso que este livro trata. O pai, um crítico de cinema desempregado, se vê diante de uma situação trágica: seu filho adolescente detesta a escola e está a beira da reprovação em todas as matérias. O pai tenta ajudar como pode, conversando, incentivando, auxiliando o filho nas lições de casa. Mas nada dá certo. O garoto não consegue, simplesmente não consegue. E não consegue porque não quer. Como lidar numa situação dessas?

David, o pai e autor do livro, faz uma proposta ousada. O filho estaria dispensado da escola (sim, DISPENSADO da escola, você não leu errado) se assistisse junto ao pai três filmes por semana (não é muito!) e não se envolvesse com drogas (pedido mais que justo!). O garoto concorda (quem não concordaria?) e eles começam o “Clube do Filme”, que durou três anos. Sim, durante três anos, a única educação que Jesse, o filho, recebeu foram os filmes, e as conversas com o pai sobre os filmes. Mais nada. Loucura? Irresponsabilidade? Não. E lhes explico o porquê.

O grande segredo por trás disso tudo está em apenas uma palavra: tempo. E de qualidade. David, por ser desempregado, tinha tempo de sobra. Mas antes do Clube do Filme, ele não usava esse tempo de forma útil com o filho. Foi assistindo os filmes juntos, e conversando depois sobre as melhores cenas, os diretores, e até mesmo as atrizes mais bonitas, foi que os dois ganharam intimidade um com o outro. E intimidade requer confiança mútua, que só se ganha com o tempo, não na quantidade de tempo, mas sim na qualidade dele.

David deu ao filho algo escasso hoje em dia, e talvez o que precisemos mais: tempo (novamente ele). Penso que talvez seja por isso que temos tantos e tantos adolescentes rebeldes sem causa, deprimidos, criminosos por hobby, mal-educados no sentido literal da palavra. Não lhes deram tempo. Tempo com os pais, com os tios, com os professores. Tempo de qualidade, de conversa jogada fora, de conselhos sem caráter de urgência, de papos sobre assuntos que vierem à cabeça. Os pais estão tão preocupados em dar educação, que se esquecem que a educação é dada vinte e quatro horas por dia, através das nossas ações, das nossas palavras, dos sentimentos que despertamos em nossos filhos, do tempo que passamos junto a eles, e do tempo que estamos ausentes.

Muito mais do que um livro que fala sobre filmes, “O Clube do Filme” é um livro sobre educação, que nos faz repensar nas “formas certas” de educar que temos tão enraizadas em nossas cabeças. Vale a pena ser lido por todos que tem filhos e por aqueles que os desejam (como eu). Não chega nem perto de ser um manual (e nem poderia ser), mas é uma boa lição de amor, respeito (principalmente ao filho) e sabedoria de um pai que queria apenas e exatamente o que todos nós queremos para os nossos filhos: que eles sejam felizes.

4 comentários:

  1. Demais, me identifiquei muita coisa com essa citação. Vou ler esse livro facto.

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  2. O livro é ótimo mesmo! Não tem como não amar. Bjsss

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  3. Fiquei com vontade de ler o livro Carol! Acho o tema educacao bem interessante tb, principalmente qndo se fala sobre sistema de educacao, mas acho q ja foge um pouco do tema desse post... Bjossss

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  4. Mano qdo vc vier pra cá eu te empresto!!!!!!!!!
    bjocas

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