sexta-feira, 17 de junho de 2011

Recomeço

Depois de tanto tempo ausente, eu gostaria de ter textos e mais textos guardados na gaveta, apenas esperando para serem postados aqui no blog. Mas advinhem? Não tenho. Por que? Não sei! A grande verdade é que durante todo este tempo eu esqueci de mim, de quem eu sou, do que gosto, do que me faz feliz. E nos poucos momentos que recorri ao papel para "derrubar" ali meu sofrimento, fiz de forma ingênua demais, sentimental demais, deprimida demais, "tudo de ruim" demais.

Mas... achei um poeminha perdido em um dos cadernos que fugiu um pouco à regra. Ele fala exatamente desta minha fase "sem inspiração", mas sem o melodrama típico de novela mexicana. Espero que gostem.


Eu sofro de um problema grave,
que de tão grave eu até gosto de ter.
Trata-se apenas de pouco assunto.
E de pouco assunto estou a morrer.

Porque não vim de família pobre,
nem sofrida foi minha longa infância.
Tive sempre bicicleta nova.
Tive sempre tempo para ser criança.

Mas agora, como eu invejo
o poeta, que de forma doce,
traz nos versos o sorrir incerto
da realidade que melhor não fosse.

E me pergunto, o que faço com ela?
Esta tristeza enorme que me assola o gozo?
Escrevo versos, e me aproveito dela,
e me perco nela,
e me encontro nela,
e sou poeta e feliz de novo.

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