sexta-feira, 24 de julho de 2009

Memorial do Amor - Zélia Gattai


Como este blog é relativamente novo, e não possui assim, digamos, um assunto específico, eu me sinto sempre na obrigação de colocar aos meus queridos leitores o porquê dos posts aqui publicados. "Andar" e "voar" podem significar infinitos temas, mas tenho percebido que gosto mais do "voar" do que do "andar". O que é totalmente fácil de explicar: por que perder tempo escrevendo sobre o "andar", se eu já ando todos os dias, e o dia todo? Por aqui, eu vôo muito mais do que ando, e deve ser por isso que até agora não me arrependi de ter criado este espaço. O post de hoje também se encaixa, perfeitamente, no lado "voar" deste blog, e é por isto que ele será publicado.

Há umas duas semanas atrás eu voei pela vida de Zélia Gattai e Jorge Amado, através do livro "Memorial do Amor". Para quem não sabe, Zélia e Jorge foram casados durante 56 anos. Durante grande parte deste tempo, enquanto Jorge escrevia seus sucessos, como por exemplo Dona Flor e seus dois maridos e Tieta do Agreste, Zélia trabalhava ao seu lado, o ajudando a passar a limpo os seus originais e fazendo a revisão. Um belo dia, aos 63 anos, Zélia resolveu escrever os seus próprios livros. Porém, de uma forma diferente da de Jorge: ao invés de seguir o estilo romance ficcional do marido, resolveu se entregar às memórias de seu próprio passado, se tornando assim uma memorialista.

O "Memorial do Amor" é o primeiro livro de Zélia que leio. Nele, Zélia conta como era a vida da família Amado na casa da Rua Alagoinhas, no Bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Após a morte de Jorge, Zélia decidiu transformar a casa em um memorial para os admiradores do escritor. Porém, ao mesmo tempo que Zélia sabia que isto era o certo a ser feito, a dor da saída era quase insuportável. O jeito que ela achou para talvez abrandar a dor foi colocar no papel as lembranças da casa.

De forma prazerosa, ela aos poucos vai te apresentando à casa, à história e à vida do casal. Os detalhes, as pessoas, os sentimentos, nada é posto de lado. O saudosismo presente no livro é quase inebriante. Bichos, móveis, situações engraçadas, tudo entra num amontoado de lembranças de Zélia, as quais ela vai te contando como se estivesse ao seu lado, sentada em um banquinho, olhando a paisagem, entretida na conversa.

O livro é fininho e com letras grandes. Quando percebi, já havia terminado. Uma pena. Sentadas no banquinho, tivemos que interromper a conversa e nos despedir. Até a próxima. Eu digo à ela: em breve será.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A Busca

Eu acredito que poemas são como sonhos. Como quem não quer nada, eles aparecem na sua mente, lhe fazendo viajar por lugares muitas vezes desconhecidos. Quem pode dizer ao certo o significado exato de um verso? Nem mesmo o próprio autor. Como sonhos, os poemas podem ser interpretados de maneiras diversas, deixando o leitor livre para escolher o tema, conteúdo e conclusão.

Também como os sonhos, os poemas parecem se originar do nosso sub-consciente. Pelo menos no meu caso é assim. Quantas vezes já me peguei atônita, após escrever um poema, olhando para o texto e tentando entender o que eu havia escrito? Em um momento de inspiração, as palavras jorram como nascente de rio, se embaralham entre os versos, e quase com vida própria, elas se arrumam e se transformam em um poema. Cabe ao autor, buscar dentro de si, explicação para o inexplicável.

Este aqui abaixo demorou 5 minutos para ser feito. Se entendo exatamente o que escrevi? Tenho muitas suposições e nenhuma certeza. Assim como os meus sonhos.



A Busca

Ao meu mundo eu vivo uma eterna busca
de cores, de formas
de sons, de sabores

Os dias passam, mas a busca insiste
e lá na frente, eu já vejo o meu passo

E assim aos poucos
eu me abro
eu me concentro
eu me entendo
e entendo tudo diferente

E já não sei aonde me levarão
estas minhas pisadas estreitas
estes meus passos largos

Só sei
que avisto um horizonte
e ele é claro
é limpo
é azul
com sol brilhante

E o meu mundo ali me espera
não, para desabar num abismo
mas sim, para me mostrar outros mundos.

Carol

domingo, 12 de julho de 2009

Turismo no Rio de Janeiro - por uma carioca

Eu sou uma carioca da gema. Nasci aqui, fui criada aqui, moro aqui, e amo a minha cidade. Mas como em qualquer relacionamento de muito tempo, a rotina desgasta o romance, e tudo fica meio preto e branco. Para colorirmos novamente, temos que inovar, ou pelo menos tentar desacostumar os olhos, e enxergar novamente a beleza daquilo que amamos. Neste final de semana, me senti assim: "desacostumando" os olhos. E o culpado disto tudo? Meu marido. OK, eu explico.

Amanhã é meu aniversário. Aproveitando a data como desculpa, resolvi mudar o visual. Marquei o salão para sábado às 12:30 (ontem), e disse para o cabeleireiro: faça o que quiser. Depois de alguns minutos, e vários centímetros de cabelo a menos, toca o meu celular. Era meu marido:
- Oi baby, tudo bem? Está aonde?
- Estou no salão.
- Ah é? Você já está vindo?
- Daqui a pouquinho.
- Então vem logo. Preciso que você arrume sua mala.
- Arrumar o que?

Surprise, surprise. Meu marido havia aprontado uma. Cheguei em casa, peguei meia dúzia de roupas, e saímos. Destino? Pois é, eu ainda não sabia, e ele não me deixou saber até chegarmos lá. Eu já havia colocado uma foto aqui deste lugar, e talvez ele tenha se inspirado nela, será?


Chegamos lá, e desce do carro, e fala com a recepcionista, e preenche ficha, e de repente:
- Srs., conseguimos um excelente upgrade. O Srs. ficarão no sexto andar, nosso melhor andar.
- Como?

No elevador, o carregador de malas explicava:
- No sexto andar, temos uma piscina exclusiva somente para os hóspedes deste andar.
- Ah sim... claro!

Quando entramos na suite, meu queixo insistia em ficar caído. Por que será? Será porque na suite havia uma sala maior do que o meu apartamento? Será que era por causa da varanda (enorme) com vista para a praia de Copacabana? Ou será que era por tudo isso, somado a um quarto lindo, com um banheiro maravilhoso, e a promessa de um final de semana incrível?






O Copacabana Palace não é apenas um hotel 5 estrelas. Ele é um símbolo do Rio, um charme sem fim, um poço de história, enfim, uma experiência a parte. Me hospedar lá tornou-me turista no Rio, e como é bom ser!


Mais tarde, uma reserva no Cipriani, vinhos trazidos da Toscana*, e a noite era uma criança. Tudo bem, eu sei, sky high prices, but... it is worth. Sentados de frente para a piscina do Copa, à meia luz, piano ao fundo, e tudo foi simplesmente perfeito.

No dia seguinte, conseguimos um late check-out até às 16:00h. O tempo não estava dos melhores, e bem que tentamos pegar um solzinho na "nossa piscina", como a chamávamos. Mas tudo o que conseguimos foram 5 minutos, antes dos pingos malvados começarem a cair.




Para completar a surpresa, olha o que encontrei no quarto, na volta do café da manhã? Baby, mui mui inspirado, meu maior presente é você! Te amo!

* Eu ia postar neste final de semana a minha viagem pela Toscana, mas tive que postergar, por motivos de força maior :o)

sábado, 4 de julho de 2009

2 em 1

Um dos meus programas favoritos de final de semana é uma delícia, faz bem para a saúde do corpo e da mente, e de quebra me deixa em boa forma: bike e ostras. Eu já disse aqui que amo andar de bicicleta e amo comer ostras. Pois bem, não é que um dia consegui juntar as duas coisas?

Em Copacabana, ao lado do forte, tem uma peixaria da colônia de pescadores que vende ostras fresquinhas. As ostras chegam de Santa Catarina todas as terças, quintas e sextas, mais ou menos ao meio-dia. Como eles vendem muito, você não corre o risco de comprar no sábado uma ostra que chegou na terça.

Então, como acontece? Eu saio de casa com o meu kit ostras nas costas: tabasco e sal. Passo na peixaria só na volta (a gente tem que sempre deixar a melhor parte para o final, não é verdade?), peço uma dúzia de ostras e eles me entregam elas abertas em uma bandejinha com o limão. Daí eu caminho até o banco na praia, e fico lá, olhando o mar e comendo as ostras. Bom, essa de olhar o mar só acontece quando estou sozinha. Quando o marido está junto, eu tenho que olhar as ostras, senão, perdeu playboy, corro sério risco de ficar sem metade delas...

A peixaria é ótima e mesmo que você não curta ostras, vale a pena dar uma passada lá e comprar um peixinho fresquinho para o final de semana.

Na última vez que fiz este meu programa, resolvi tirar umas fotos do passeio. As melhores eu coloco aqui: